quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Santo Estêvão – Diácono e protomártir


Santo Estêvão, a quem a Sagrada Escritura chama de “homem cheio de fé e de Espírito Santo”, foi o primeiro que teve a sorte de derramar seu sangue em testemunho da fé em Jesus Cristo. Esta circunstância fez com que fosse honrado com o título de protomártir.

Estêvão era judeu da diáspora e morava em Jerusalém. Fazia parte dos sete diáconos que haviam sido encarregados pelos Apóstolos de assistirem os necessitados da comunidade. 

Seu nome em grego significa “coroa”, e evoca a ideia de martírio, porque nos séculos a seguir a coroa foi símbolo do martírio. Sua paixão é de fundamental importância porque não tem nada de fabuloso ou lendário.

A primeira comunidade cristã, para viver integralmente o preceito da caridade fraterna, pôs tudo em comum, repartindo diariamente o que era suficiente para o seu sustento.

Com o crescimento da comunidade, os apóstolos confiaram o serviço da assistência diária a sete ministros da caridade, chamados diáconos. Entre eles sobressaía o jovem Estêvão, que além de exercer as funções de administrador dos bens comuns, não renunciava ao anúncio da Boa Nova.

Estes mesmos fatos são descritos com fidelidade histórica pelo livro inspirado, os Atos dos Apóstolos, que é a primeira história da Igreja. Este mesmo livro nos narra a eleição de Estêvão ao número dos diáconos, com estas palavras: “Como aumentasse o número dos discípulos de Cristo, surgiram murmurações entre os de origem hebraica e os gregos, porque no serviço cotidiano eram esquecidas as suas viúvas.

Os apóstolos, então, convocaram a assembléia dos cristãos e disseram: ‘Não nos convém abandonar a Palavra de Deus para servir à mesa. Procurai, antes, entre vós, irmãos, sete homens de boa reputação, repletos de Espírito Santo e sabedoria, e nós os colocaremos na direção deste ofício. 

Quanto a nós, permaneceremos assíduos à oração e ao ministério da palavra’. A proposta agradou a toda a assembléia e foram escolhidos: Estêvão, homem cheio de fé e de Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau. 

Eles foram apresentados aos apóstolos e, depois de terem orado, impuseram-lhes as mãos” (At 6, 1-6).

O martírio:

Logo em seguida, o escritor sacro diz que Estêvão, cheio de graça e de força, operava grandes prodígios e sinais entre o povo. Vieram então alguns da sinagoga chamados libertos, dos cirenenses e alexandrinos, e puseram-se a discutir com Estêvão. 

Mas não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava. Pelo que subornaram homens que atestassem: “Ouvimos-lo pronunciar blasfêmias contra Moisés e contra Deus”. 

Amotinaram assim o povo, os anciãos e os escribas e, chegando de improviso, arrebataram-no e levaram-no à presença do Sinédrio. Lá prepararam falsas testemunhas que depuseram: “Este homem não cessa de falar contra o lugar santo e contra a Lei. Ouvimos-lo dizer que Jesus Nazareno destruiria este lugar e modificaria as tradições que Moisés nos legou”. Ora, todos os membros do Sinédrio estavam com os olhos fixos nele e viram-lhe o rosto semelhante ao de um anjo.

Como pretexto de sua autodefesa, em discurso longo e enérgico, aproveitou para iluminar as mentes de seus adversários. Primeiramente resumiu a história hebraica de Abraão até Salomão, em seguida afirmou não ter blasfemado nem contra Deus, nem contra Moisés, nem contra a Lei, nem contra o Templo

Demonstrou de fato que Deus se revelava também fora do Templo e se propunha a revelar a doutrina universal de Jesus como última manifestação de Deus. Em seguida verberou a incredulidade dos judeus, que chamou de homens de dura cerviz e de corações e ouvidos incircuncisos, e que sempre resistiram à voz do Espírito Santo.

Terminou elevando os olhos para o alto a afirmando: “Eis que estou vendo os céus abertos, e o Filho do Homem sentado à direita de Deus” (At 7, 56). Então os acusadores, levantando um grande clamor, arremeteram unanimemente, com fúria, contra Estêvão e o apedrejaram. O livro sagrado anota que estava presente ao crime também Saulo, o futuro Paulo, apóstolo dos gentios.

As últimas palavras do mártir Estêvão, durante o martírio, foram: “Senhor Jesus Cristo, recebe o meu Espírito”. E, com os joelhos dobrados debaixo de uma chuva de pedras, o primeiro mártir cristão repetiu as mesmas palavras de perdão pronunciadas por Cristo sobre a cruz: "Senhor, não lhes imputes este pecado." Tendo dito isso, adormeceu no Senhor. Alguns cristãos piedosos sepultaram Estêvão e fizeram grandes lamentações por causa dele.

Os Santos Padres tecem grandes elogios a Santo Estêvão, pondo em relevo sua pureza, zelo apostólico, firmeza e constância. Antes de tudo, porém, lhe enaltecem o amor ao próximo, verdadeiramente heroico, que o levou a rezar pelos próprios assassinos. Esta oração, com certeza, mereceu a conversão de São Paulo.

A festa de Santo Estêvão, primeiro mártir da Igreja, foi sempre celebrada imediatamente após a festividade do Natal, mesmo sabendo que ele tenha sofrido o martírio no dia 3 de agosto, data em que é comemorada a descoberta de suas relíquias. 

Convinha que a festa da natividade de Cristo fosse seguida pela festa natalícia de Santo Estêvão, que foi o primeiro a sofrer o martírio por Cristo, portanto o primeiro a nascer no céu: “Ontem Cristo nasceu na terra, para que hoje Estêvão nascesse no céu”.

Palavras de Santo Agostinho:

         “Em Estêvão brilhou a beleza do corpo, a formosura da idade, a eloquência do discurso, a sabedoria da mente santíssima e a obra da divindade”.
         Diz também: “Forte coluna de Deus, quando mantido entre as mãos dos lapidadores como se estivesse entre tenazes, consolidava-se ainda mais, ardendo de fé. Foi ferido e arremessado, acorrentado e oprimido, morto mas não vencido”.
         E ainda disse: “Preste atenção em Estêvão, que era homem como você, pecador como você, redimido da mesma forma que você, e como diácono lia no Evangelho a mesma passagem que você lê ou escuta, e na qual está escrito ‘amem seus inimigos’. Ele aprendeu isso lendo, e realizou obedecendo.”

Oração

Glorioso Santo Estêvão, diácono cheio do Espírito Santo, animador das Comunidades, nós vos pedimos que intercedas a Deus por nós, para que consigamos a graça de uma verdadeira conversão a Jesus Cristo e seu projeto. Concede-nos sabedoria e coragem para renovar nossas comunidades, tornando-as uma Igreja a serviço do Reino. Dai-nos força para participarmos sem medo da construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária, vivenciando, assim, a paz tão desejada. Guarda nossas famílias de todos os males para que nossos lares sejam verdadeiras igrejas domésticas, onde o Evangelho é anunciado e vivenciado. Tudo isso vos pedimos, por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém!

Sua festa é comemorada no dia 26 de dezembro

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Santa Francisca Xavier Cabríni


Chamada por Pio XII de “heroína dos tempos modernos”, Santa Francisca nasceu em Sant’Angelo de Lódi, na Lomabardia, Itália, em 1850. Última dos 13 filhos de Agostinho Cabríni e Estela Oldini, recebeu no batismo o nome de Maria Francisca, ao qual mais tarde ajuntou o de Xavier, pelo seu amor e veneração ao apóstolo das Índias.

Aos 11 anos fez voto de castidade. Seguiu a carreira do magistério com as religiosas Filhas do Sagrado Coração de Jesus, em Arluno, terminando-a aos 18 anos. Sentindo vocação divina, pretendeu entrar para essa Congregação religiosa, mas foi recusada por falta de saúde.

Exerceu durante dois anos o cargo de professora primária em Vidardo e durante três anos dedicou-se na sua terra à instrução religiosa da juventude e ao tratamento dos enfermos e daqueles que eram atingidos pela peste. Aos 23 anos tentou mais uma vez ser religiosa nas Filhas do Sagrado Coração, mas de novo obteve uma negativa.

Após isso, Santa Francisca transladou-se à “Casa da Providência” em Codogno, a fim de a reformar, pois estava em franca decadência. Fez a profissão em 1877 e a partir disso, em meio a grandes tribulações e sofrimentos, ela encontrou as sete primeiras companheiras de sua futura Obra.

Três anos mais tarde, fundou uma nova Congregação religiosa. A 10 de novembro de 1880 alojou-se, com sete companheiras, num desmantelado Convento franciscano, onde, a 14 do mesmo mês, deu princípio ao novo Instituto, com a inauguração de uma capela em honra ao Sagrado Coração de Jesus. Um mês mais tarde, a sua Obra recebia a aprovação episcopal. Francisca contava então 30 anos.

Enquanto se dedicava com as companheiras à educação das meninas e à catequização dos rapazes, foi compondo as regras do seu Instituto, obra de prudência sobre-humana, que recebeu aprovação episcopal em 1881 e a definitiva da Santa Sé em 1907. Em 1884, com 7 anos de vida, a Obra já contava com cinco casas.

Em 1887, partiu para Roma onde, a princípio, só encontrou dificuldades e portas fechadas até que, com fé, simplicidade e perseverança, Santa Francisca obteve a autorização do Cardeal Vigário para construir uma escola gratuita para pobres fora da Porta Pia e um asilo infantil na Sabina, em Aspra.

O problema da emigração italiana para a América do Norte preocupava o então Bispo de Placença, Mons. Scalabrini, que pediu à serva de Deus algumas das suas religiosas para irem socorrer aqueles desamparados. Mas a virtuosa fundadora não se decidia a responder, pois pensava nas Missões do Oriente. Foi então consultar o Papa Leão XIII que, após ouvir Francisca, concluiu: “Não ao Oriente mas ao Ocidente”. E desde esse momento ficou decidida a sua partida para Nova Iorque, a qual veio realizar pela primeira vez em 1889.

Quase aos 40 anos de idade, começa uma série ininterrupta de viagens, percorrendo a América inteira, transpondo a cavalo a Cordilheira dos Andes, sendo por toda parte conhecida como a “Mãe dos emigrados”. Ia de casa em casa, a procura da ovelha perdida, do enfermo e da criança ignorante. Lutou denotadamente contra a fome, as enfermidades e a própria morte.

Em 1912 fez a sua última viagem de Roma a Nova Iorque. A santa fundadora das Missionárias do Sagrado Coração morreu em Illinois, perto de Chicago, a 22 de dezembro de 1917, com 67 anos de idade. Igual era o número das casas que então deixara fundadas e que em 1938 subiam a mais de 100, com cerca de 4.000 religiosas.

A fama das suas virtudes e os prodígios por ela operados fizeram que logo após a morte se começasse o processo da sua beatificação, que veio a se realizar em 1938. Foi canonizada pelo Papa Pio XII a 7 de julho de 1946.

Oração 

Senhor, eu Vos agradeço por minha vida, assim como ela é. Peço-Vos, dai-me percepção, para valoriza-la e respeitar meus irmãos, principalmente aqueles que estão passando por dificuldades, sejam elas quais forem. Livrai-me do preconceito, da discriminação e principalmente da omissão. Por intercessão de Santa Francisca Xavier Cabrini, Vos rogo a graça da disponibilidade em contribuir para o alívio dos que sofrem, pois sempre e em qualquer circunstância haverá algo que eu possa oferecer, para levar esperança, fé e conforto aos que de mim necessitarem. Amém.

Sua festa é comemorada no dia 22 de dezembro

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Santa Bárbara


Era o século Terceiro.  Diocleciano, governador da Nicomédia (Ásia Menor), procurava controlar a crise de seu Império. Nessa época, crescia muito o número de cristãos, inclusive entre famílias nobres.

Isto aconteceu também na família de Bárbara, uma jovem bela e de condição nobre. Seu pai, Dioscuro, era um alto funcionário do Imperador, e para ele apenas a vontade do Imperador era o que deveria seguir. Bárbara, porém, acreditava no amor e num mundo mais humano e mais justo.

Com o crescimento do cristianismo, as perseguições ficavam cada vez mais violentas. Muitos convertiam-se e eram batizados pelo bispo Zenão e se reuniam em lugares secretos para seus encontros de fé.

Bárbara foi catequizada por pessoas amigas. Com muito amor acolheu em seu coração a doutrina de Jesus.

A fé de Bárbara ia crescendo e mesmo sem sair de casa ela interessava-se pelos acontecimentos que lhe chegavam através de suas amigas cristãs. Enquanto isso, mais cristãos eram sacrificados.

Uma jovem bela e inteligente como Bárbara, não podia deixar de ter seus pretendentes. Dioscuro, seu pai, era muito ciumento e temendo que a beleza de Bárbara atraísse pretendentes que não lhe interessavam, mandou construir uma torre, onde deixaria Bárbara trancada quando ele estivesse viajando.

Conta a tradição que a torre projetada por seu pai tinha duas janelas, mas Bárbara pediu ao construtor que aumentasse para três, com o intuito de honrar a Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Bárbara encontrava-se freqüentemente com suas amigas, e juntas rezavam pelos cristãos que a cada dia eram presos, maltratados e sacrificados.

Dioscuro soube que sua filha havia se tornado cristã, e pela primeira vez agrediu Bárbara. Mas ela tentou explicar-se, dizendo que os cristãos acreditam que todos somos irmãos e portanto não poderiam aceitar um Império baseado na violência e na injustiça. Ele porém, se enraiveceu com as palavras de Bárbara e ordenou que a fechassem na torre. Ela devia ficar lá sem se comunicar com ninguém.

Nessa época, sua amiga cristã Mônica também tinha sido presa e o bispo Zenão dera seu testemunho de fé, sendo martirizado.

Conta a tradição que certo dia foram dizer a Dioscuro que sua filha havia favorecido a fuga da prisão de sua amiga Mônica. Ele ficou furioso... resolveu ir até a torre e forçar Bárbara a prestar homenagem ao "deus" Júpiter. Bárbara, porém, recusou. Cheio de ódio, Dioscuro decidiu matá-la com suas próprias mãos. Nesse momento, uma força misteriosa arrancou Bárbara das mãos de seu pai. A parede onde não havia nenhuma porta abriu-se e ela saiu ilesa.

Dioscuro vendo-se vencido, ordenou aos soldados que procurassem sua filha por todos os caminhos da cidade. Enquanto isso, Bárbara visitou os doentes, as comunidades cristãs e ajudava os filhos dos escravos.

Finalmente os soldados encontraram Bárbara numa gruta, onde fora levar alimento para alguns doentes.

A jovem não reagiu à ordem de prisão, sua consciência estava tranquila. Foi levada à presença do pai, que conseguiu a permissão do prefeito da cidade para denunciar sua filha diante da justiça. Bárbara então foi levada aos juízes, acusada por seu pai de ser cristã.

Diante da firmeza de Bárbara, os juízes esqueceram sua origem nobre e condenaram-na. Ao saber disso, sua mãe Irnéria procurou apelar em seu favor junto do marido, mas Dioscuro não quis voltar atrás.

Na prisão Bárbara foi chicoteada. Seu corpo delicado cobriu-se demarcas roxas e mesmo ferida no corpo e no coração, procurava aumentar sua força interior através da oração.

Num momento de grande oração, uma luz desceu do alto iluminando as trevas da prisão. E uma voz lhe disse: "Bárbara, você está sofrendo por mim. Vou confundir seus perseguidores, curando suas feridas". A visão desapareceu e a jovem sentiu-se cheia de alegria ao perceber que as feridas de seu corpo haviam desaparecido completamente.

Os juízes não se conformaram com aquela cura inesperada. Então, tentaram torturá-la pelo fogo. Mas Deus interveio novamente apagando o fogo.

Dioscuro, porém, não se deu por vencido. Ordenou aos soldados que levassem Bárbara pelas ruas da cidade, e a conduzissem debaixo de chicotadas. O corpo da jovem novamente ficou marcado pela dor. Contudo, Bárbara contemplou mais uma vez, a presença divina que lhe curou as chagas.

Dioscuro, promotor do processo, pediu então à justiça a condenação de sua filha: "Seja morta à espada, como convém aos membros da nobreza". E ao mesmo tempo pediu permissão para que ele mesmo executasse a sentença.

Bárbara e sua amiga Juliana caminharam juntas para o local do martírio. Muitos cristãos as seguiram. A espada de Dioscuro levantou-se no ar e atingiu o pescoço de Bárbara, que serenamente entregava a Deus sua vida.

Irnéria chorou muito. Daquele dia em diante, Dioscuro perdeu não só a filha mas também a companhia da esposa. Ele estava só... E por isso passou a perseguir ainda mais os cristãos.

Foi assim que inconscientemente, seus passos o levaram até o monte onde as duas jovens tinham sido sacrificadas. A terra que tinha sido molhada pelo sangue inocente, estava coberta de flores. Nesse momento, Dioscuro ouviu um ruído de trovão. O céu escureceu-se à sua volta, ele sentiu uma grande angústia e começou a caminhar pelo local, mas um raio fulminante atingiu-o no peito.

Oração

Santa Bárbara, que sois mais forte que as torres das fortalezas e a violência dos furacões, fazei que os raios não me atinjam, os trovões não me assustem e o troar dos canhões não me abalem a coragem e a bravura.
Ficai sempre ao meu lado para que possa enfrentar de fronte erguida e rosto sereno todas as tempestades e batalhas de minha vida, para que, vencedor de todas as lutas, com a consciência do dever cumprido, possa agradecer a vós, minha protetora, e render graças a Deus, criador do C éu, da terra e da natureza, este Deus que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar a crueldade das guerras.
Santa Bárbara, rogai por nós.

Sua festa é comemorada no dia 4 de dezembro

sábado, 19 de outubro de 2013

São Lucas, Apóstolo


São Lucas era originário da cidade de Antioquia.

De nobre procedência, aplicava-se desde sua juventude a progredir na sabedoria e no estudo das ciências e das artes, viajava pelo mundo afora a fim de saciar sua sede de conhecimentos, e se destacava em particular nos domínios da ciência medicinal e na arte pitoresca. Além do grego, conhecia igualmente o hebraico e o sírio.

Sob o reinado do Imperador Cláudio (aproximadamente 42 d. C.), ao dispensar seus cuidados aos enfermos da região de Tebas em Beócia, depara-se com o Apóstolo Paulo, cujas palavras de fogo o convencem de que a Verdade absoluta que ele tanto buscava se encontrava efetivamente junto aos Discípulos de Jesus Cristo.

Ele abandona, então, sem hesitar, todos os seus bens e tudo aquilo que o prendia aos erros de seus pais, bem como a medicina dos corpos para se tornar, a exemplo de Paulo, médico das almas.

Lucas segue o Apóstolo Paulo em suas viagens missionárias, percorrendo sem tréguas as rotas do mundo a fim de proclamar a Evangelho. Ele o acompanha até Roma para sua última viagem. É lá que, sem dúvidas, o Apóstolo Paulo lhe ordena de redigir o terceiro Evangelho, dedicado a Teófilo, governador da Acaia, que se converte ao Cristianismo.

Um pouco mais tarde, Lucas remete a este mesmo Teófilo os Atos dos Apóstolos. Os Atos dos Apóstolos narram os prodígios realizados pelo Espírito Santo junto aos Apóstolos, desde o Pentecostes até o cativeiro de Paulo em Roma.

Depois de ter se separado de seu mestre, Lucas retorna à Grécia para ai proclamar o Evangelho. Ele se fixa, novamente, na região de Tebas, onde morre em paz com a idade de oitenta anos. Existe uma tradição da Igreja que diz que São Lucas morreu sofrendo o martírio, suspenso em forma de cruz a uma oliveira pelos idólatras.

Querendo render glória ao Seu fiel servidor, Deus faz correr de seu túmulo um líquido miraculoso, que curava as doenças dos olhos daqueles que se ungiam com fé. É assim que mesmo depois de sua morte, São Lucas continua a exercer a medicina - cura.

Muitos e longos anos mais tarde, o Imperador Constâncio, filho do Grande Constantino, faz transportar a relíquia do Santo à Constantinopla pelo intermédio de Santo Artêmio, Duque do Egito. Ele a coloca sob o altar da Igreja dos Santos Apóstolos, junto às relíquias dos Apóstolos André e Timóteo.

Segundo a Tradição, foi São Lucas que, em primeiro lugar, realizou três imagens da Santa Mãe de Deus trazendo em Seus braços o Menino-Deus. Ele os submete à aprovação da Santa Virgem, ainda em vida. Esta acolhe com alegria as santas imagens e diz: “Que a graça d´Aquele, Que por Mim foi gerado, esteja nelas!”

A partir de então, São Lucas representa, em imagem, os Apóstolos e transmite à Igreja esta piedosa e santa tradição da veneração dos ícones de Cristo e de Seus Santos.

ORAÇÃO
Glorioso São Lucas, que tivestes a graça de ser inspirado por Deus Altíssimo para escrever seu santo Evangelho, rogai por todos nós, para que sejamos sempre fiéis estudiosos das sagradas escrituras e confiantes seguidores de Cristo. Santo evangelista, intercedei por nós.

SUA FESTA É COMEMORADA NO DIA 18 DE OUTUBRO

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Santa Cecília


Santa Cecília nasceu provavelmente no ano 150, em Roma. Era filha de um Senador Romano, da família nobre dos Metelos. 

Era cristã, e desde pequena fez voto de castidade para viver o Amor de Deus e de Cristo. 

Como cristã numa época tão antiga, e em Roma, ela certamente herdou a fé dos discípulos de São Paulo, que levou a fé até Roma, e de São Pedro, o primeiro papa.

Cecília herdou a fé desses santos homens e de tantos outros que foram martirizados exatamente em Roma. 

O cristianismo que Cecília recebeu em sua formação, era o cristianismo dos mártires, dos heróis da fé. Cecília foi cristã numa Igreja perseguida, numa Igreja que ainda era minoritária, porém, cheia de profunda fé, esperança e coragem.

No transcorrer normal de sua vida, quando jovem ela foi prometida e dada em casamento a um jovem chamado Valeriano. 

No dia do casamento ela estava muito triste. Então, ela  chamou seu noivo disse a ele toda verdade sobre sua fé. 

Disse que tinha feito voto de castidade para Deus, e começou a falar das glórias de Deus e de Jesus Cristo ao jovem, que a ouvia boquiaberto com a força de suas palavras e a convicção que vinha de seu coração.

Tamanho foi o poder das palavras de Cecília que, após ouvi-la, ele se converteu, entendeu a promessa de sua noiva e disse que iria respeitá-la em sua decisão. 

Naquela mesma noite ele recebeu o batismo. Valeriano contou o que ocorrera para seu irmão Tiburcio e este também, impressionado, se converteu. Ambos eram pagãos.

Santa Cecília, então, vendo a maravilha que Deus estava operando através  dela, agradecida, cantou para Deus: Senhor, guardai sem manchas o meu corpo e minha alma, para que não seja confundida.

Foi um canto inspirado e emocionante, que tocou profundamente o coração de todos. Daí vem o fato de ela ser considerada a padroeira dos músicos cristãos.

O prefeito de Roma, Turcius Almachius, teve conhecimento da conversão dos dois irmãos e quis o tesouro dos dois irmãos nobres e ricos. 

Os dois irmãos, porém, já tinham distribuído todos os seus bens aos pobres. O prefeito de Roma exigiu, então, sob pena de morte, que os dois abandonassem a nova fé. 

Os dois, porém, alimentados com a força do cristianismo nascente e cheios do poder de Deus, não renegaram sua fé. Assim, foram condenados à morte e decapitados.

Santa Cecília foi chamada ao conselho romano logo em seguida. Isso aconteceu  provavelmente no ano 180. 

O conselho exigiu primeiro que ela revelasse onde estaria o tesouro dos dois irmãos. Ela disse que tudo já tinha sido distribuído aos pobres.

O prefeito, furioso, exigiu que ela renunciasse a fé cristã e adorasse aos deuses romanos. Cecília negou-se mostrando muita coragem e serenidade diante de todos.

Condenaram-na à tortura. Mas, estando ela diante dos soldados romanos para ser torturada, ela falou a eles sobre as maravilhas de Deus, sobre a verdadeira religião, sobre sentido da vida, que é o seguimento de Jesus Cristo. 

Os soldados, maravilhados com uma mensagem que nunca tinham ouvido, ficaram do lado de Cecília, dizendo que iriam abandonar o culto aos deuses. 

Essas inúmeras conversões foram milagres que Deus operou através de Santa Cecília para que essas pessoas alcançassem a felicidade  e a salvação.

O prefeito então, aborrecido e furioso, deu ordens para outros algozes trancarem Santa Cecília no balneário de águas quentes do seu próprio castelo, logo na entrada dos vapores. 

Ali, ela seria asfixiada pelos vapores ferventes que aqueciam as águas. Ninguém conseguia ficar ali por mais de alguns minutos. Era morte certa.

Porém, para surpresa de todos, milagrosamente ela foi protegida e nada lhe aconteceu. 

Todos ficavam impressionados com a fé daquela jovem, frágil, que enfrentava a morte sem receio por causa da grande fé que tinha em seu coração. 

Mas o prefeito, irredutível, mandou que ela fosse morta com três golpes de machado em seu pescoço.

O algoz obedeceu, mas não conseguiu arrancar sua cabeça, coisa que ele estava acostumado a fazer com apenas uma machadada. 

Santa Cecília permaneceu viva ainda por 3 dias, conversando e dando conselhos a todos que corriam para vê-la e rezar por ela.

Por fim, pressentindo sua morte iminente, Santa Cecília pediu para o Papa entregar todos os seus bens aos pobres e transformar sua casa numa igreja. 

Antes de sua morte, em seus últimos momentos neste mundo, sentindo que sua missão estava cumprida mesmo ela sendo ainda tão jovem, Cecília conseguiu cantar louvando a Deus, cantando as maravilhas de Deus.

Por isso, ela é a padroeira dos músicos e da música sacra. Depois disso, a fisicamente frágil e interiormente forte jovem romana que desafiou os poderes deste mundo, entregou seu espírito ao Pai Celestial. 

Após sua morte ela foi sepultada pelos cristãos na catacumba de São Calisto e desde então passou a ser venerada como mártir.

O túmulo de Santa Cecília ficou desaparecido por muitos séculos. No século IX, Santa Cecília apareceu ao Papa Pascoal l (817-824). 

Logo após este fato, seu túmulo foi encontrado e lá estava o caixão com as relíquias da Santa.

O corpo dela estava intacto, na mesma posição em que ela foi enterrada. Ao lado da Santa estavam também os corpos de Valeriano e Tiburcio. 

No ano de 1599, o Cardeal Sfondrati mandou abrir o tumulo de Santa Cecília, e seu corpo foi encontrado na mesma posição que estava quando o Papa Pascoal l a encontrou. 

ORAÇÃO
Ó Virgem e mártir, Santa Cecília, pela fé viva que vos animou desde a infância, tornando-vos tão agradável a Deus e ao próximo, merecendo a coroa do martírio, convertendo pagãos ao cristianismo, alcançai-nos a graça de progredir cada vez mais na fé e professá-la através do testemunho das boas obras, especialmente servindo aos irmãos necessitados. Alcançai-nos também a graça de sempre louvar a Deus com canções espirituais.
Gloriosa Santa Cecília, que os vossos exemplos de fé e virtude sejam para todos nós um brado de alerta, para que estejamos sempre atentos à vontade de Deus, na prosperidade como nas provações, no caminho do céu e da salvação eterna. 
Santa Cecília, padroeira dos músicos e artistas, rogai por nós. Amém!

SUA FESTA É CELEBRADA NO DIA 22 DE NOVEMBRO (dia dos músicos e da música.)

São Urbano I


Urbano I foi o 17º papa da história da Igreja Católica.

Nascido em Roma no ano 175, Urbano viveu uma época em que as perseguições aos cristãos eram intensas e rotineiras. 

Não havia liberdade religiosa plena e seguidamente os papas eram martirizados pelo Império Romano. Com o falecimento do Papa Calisto I em 222, Urbano foi eleito para ser seu sucessor no mesmo ano.

O papa de Urbano I é, geralmente esquecido ou pouco comentado. De fato sabe-se pouco sobre sua atuação como Sumo Pontífice, mas não há dúvida que tenha  vivido momento de relativa estabilidade no Império Romano. 

Isto porque o imperador da época era Alexandre Severo, o qual estabeleceu certa tolerância à crença monoteísta professada pelos cristãos romanos.

Embora a religião do Império Romano fosse o paganismo e a perseguição e o massacre ao cristianismo fosse intenso naquela época, Alexandre Severo permitiu certa liberdade de culto e tolerou razoavelmente o convício entre as crenças.

A condição de relativa paz vivida pelos cristãos durante o papado de Urbano I, algo que não era comum naqueles tempos, foi importante para que a Igreja Católica florescesse e cultivasse algumas representações. 

Com alguma liberdade para administrar a Igreja, o Papa Urbano I determinou que todos os vasos sagrados fossem feitos de prata e benzeu alguns artefatos deste material para a paróquia de Roma.

 Santo Urbano I, natural da Itália, é também um dos  grandes  Pontífices caluniado e perseguido por tomar a  defesa dos direitos da  esposa de Cristo. 

Durante seus  oito anos de fiel  guardião da sã doutrina,  distinguiu-se pelo zelo apostólico, que culminou na sua morte em decorrência das perseguições perpetradas  pelo prefeito de Roma, sob o império de  Alexandre Severo.   
  
Foi um santo varão, em justiça e piedade. Com seu exemplo de vida, caráter firme,  mas com espírito manso e amável,  foi responsável por inúmeras conversões, inclusive, de pessoas  de alta classe social, dentre os quais a  de Valeriano, esposo de Santa Cecília e  de Tibúrcio, seu irmão.  

Todos  foram batizados e  zelosamente animados  para que,  por amor a Jesus Cristo,  dessem a  vida, caso fosse necessário. 

Naquele tempo,  os fiéis  doavam  muitas possessões e heranças , que  auxiliavam  no aprimoramento do culto divino,    sustento dos  ministros da Igreja e  dos pobres.   
Santo Urbano,  ordenou que tal patrimônio não pudesse  ser usado, em hipótese  alguma, para outros fins, estabelecendo, por decreto,  graves penas  a quem  viesse   eventualmente a  usurpar as  coisas  eclesiásticas.

Decretou também que o sacramento da  Confirmação fosse  ministrado, após o Batismo,  pelas  mãos de  um bispo.  Foi o primeiro  a  implantar  o uso de ouro, prata e  pedras  preciosas para  de patenas, cálices e  vasos  sagrados, destinados ao  uso do sacrossanto Sacrifício da  Missa.  

Fez reconhecer  que os homens  devem  oferecer ao Senhor,  tudo aquilo que lhes é mais caro e precioso. Era o início da riqueza que marcaria tão notoriamente a história da Igreja Católica.

Embora o catolicismo já desse sinais de sua preocupação com a riqueza no final do século II, o papa não deixou de pensar nos desvalidos. 

Mesmo cultuando os objetos de valor, Urbano I determinou que as esmolas ofertadas à Igreja fossem empregadas exclusivamente em duas frentes, o culto divino e os desvalidos. Ou seja, a Igreja demonstrava já seu perfil dúbio que oscila entre riqueza e pobreza.

Santo Urbano trabalhou,  mas também padeceu muito pela Igreja do Senhor.  Foi vítima de inúmeras perseguições e  acabou sendo preso por ordem do prefeito Almáquio.  

Depois de  sofrer duros ultrajes e  acoites, foi degolado no dia 25 de maio de 230, tendo seu corpo sido lançado para ser consumido por aves e quadrúpedes. Porém, uma santa mulher chamada Maimenia, com sua filha Lucina, recolheram seus restos e o sepultaram no cemitério de Pretextato, na vila Ápia. 

ORAÇÃO
Deus Onipotente e Misericordioso, concedei por intermédio de seu servo fidelíssimo São Urbano I,  que governou sua Santa Igreja com muita sabedoria e priorizou o culto divino e os desvalidos, que nós possamos de bom grado entender as primícias de vosso reino aqui na terra e assim nunca duvidarmos do seu amor misericordioso. Por Nosso Senhor Jesus Cristo que convosco vive e reina. Amém!

SUA FESTA É CELEBRADA NO DIA 25 DE MAIO

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Santa Quitéria


Santa Quitéria foi a oitava das nove filhas do governador Lúcio Caio Atílio Severo e de Cálcia Lúcia Severo, famílias ilustres, porém idólatras. Nasceu no século V da era Cristã, na cidade de Braga, Portugal.

Cálcia Lúcia Severo, depois de ser estéril por muitos anos, concebeu e, por milagre da Divina Providência, deu a luz a nove meninas, que nasceram tão perfeitas como esposas que haviam de ser do Cordeiro Imaculado. Nesta época seu marido Lúcio Caio estava ausente, viajando pela península.

Cálcia dominada pela superstição e por se ver mãe de nove meninas, dadas à luz num só parto, decide afogar as nove meninas! 

Comunicando seu projeto a única pessoa que a havia assistido no parto, sua criada, Cita, e, depois de a obrigar a guardar o mais rigoroso segredo, ordena-lhe que primeiro divulgue a noticia de que ela tivera um parto infeliz e que as crianças vieram a morrer.

À noite, depois de a família ter se recolhido, Cálcia ordenou que Cita saísse e fosse mergulhar as nove meninas num dos poços do rio Este – subúrbio de Braga.

Cita era cristã, mas mantinha sua fé escondida por causa das perseguições. Saiu e foi direto à casa do Arcebispo de Braga, Santo Ovídio, o qual administrando o Sacramento do Batismo lhes pôs os seguintes nomes: BASÍLIA, EUFEMIA, GENEBRA, GERMANA, LIBERATA, MARCIANA, MARINHA, QUITÉRIA E VITÓRIA. 

Depois procurou famílias cristãs, nos arredores de Braga, para criarem e educarem as meninas.

Por essa época, levantou-se uma forte perseguição, pelos Romanos, contra os cristãos. As nove irmãs acabaram por ser levadas à presença do Cônsul, que era o seu pai Lúcio Caio. 

Ai chegadas, revelaram ao espantado pai toda a verdade. A mãe confessou, o pai perdoou e recebeu-as nos seus domínios.

A partir daí, os pais tentaram por todos os meios, afastá-las da religião cristã. Sem sucesso, no entanto, pois as nove acabaram por fugir do palácio real. 

Apenas uma foi encontrada: Quitéria e, de novo levada à presença de seu pai, que a partir daí se tornou mais tolerante a respeito das praticas religiosas de sua filha.

Nova fuga ocorreu quando Lúcio Caio quis obrigá-la a se casar com o nobre mancebo Germano. Fugiu para o Vale de Aufrázia, que desde sempre acompanhou a lenda do martírio de Santa Quitéria.

No século VII o povo começou a lhe atribuir milagres e venerá-la com mártir, sendo seu nome bastante difundido, sobretudo na França, Espanha e Portugal. Chegou no Brasil trazida pelos colonizadores portugueses.

Na história da Igreja sempre houve homens e mulheres capazes de perder sua vida por uma causa justa e pelo Evangelho. 

A jovem Quitéria consagrou-se inteiramente a Deus e sua morte foi a coroação de sua fidelidade à Fé Cristã.

O martírio de Santa Quitéria ocorreu no dia 22 de maio de 477. Por isso, todos os anos celebra-se sua festa neste dia. 

Sua imagem possui na palma que é símbolo do martírio. Suas vestes lembram a bandeira de Portugal, sua pátria, cujas cores são vermelho e verde.

No Brasil a única Capela chamada pelos peregrinos (romeiros) Santuário de Santa Quitéria erigida em honra à mesma Santa fica no município de São João, a 231 km do Recife.

Na capela há  um altar, a imagem da Santa e um verdadeiro museu de ex-votos – pé, cabeça, corpo e etc – de diversos materiais como cera, madeira e gesso. 

No ‘santuário’ existe também uma galeria com fotos de políticos que fazem seus pedidos para Santa Quitéria e são atendidos.

Sabe-se pouco sobre a origem desse ‘santuário’. Comenta-se apenas que a imagem de Santa Quitéria fora trazida no inicio do século XVII da Península Ibérica, pelo avô português Severino Correia da Rocha, e colocada numa antiga casa de café, onde surgiu o ‘santuário’.

A sua festa naquele local inicia-se com o hasteamento da bandeira, no dia 30 de agosto, e reza-se a novena nas nove noites seguintes até o dia 8 de setembro. 

Entretanto no dia 7 de setembro festeja-se o dia de Santa Quitéria. Neste dia há uma grande visitação de romeiros que permanece durante o ano inteiro, principalmente aos sábados, domingos e dias santos.

ORAÇÃO
Antífona: Vinde esposa de Cristo, casta, vigilante e forte, pois o Senhor vos assinalou e escolheu para testemunhar e guardar a fé.
Rogai por nós, Santa Quitéria. Para que sejamos amos dignos das promessas de Cristo.
Oremos: Ó Deus que em Santa Quitéria nos destes um exemplo de perseverança na fé, pela coragem, na confissão do Nome de Cristo, ajudai-nos a não vacilar e a ser testemunhas do Evangelho neste tempo de tantos enganos e seduções para sermos fiéis depositários do tesouro da fé que pelo Batismo nos confiastes. Por Cristo, nosso Senhor Amem!

SUA FESTA É CELEBRADA NO DIA 22 DE MAIO

São Quirino de Neuss


São Quirino, é venerado como mártir e santo tanto pela Igreja Católica quanto pela Igreja Ortodoxa. Seu culto tinha como centro a cidade de Neuss, na Alemanha, embora tenha sido um mártir romano.

Quirino é introduzido nos lendários Atos dos Santos Alexandre e Balbina, onde é descrito como um tribuno romano.Teria sido decapitado em 116. 

Outras lendas afirmam que seria um tribuno romano responsável por ter executado Alexandre, Evêncio e Teodolo, presos por ordem do imperador romano Trajano. 

Quirino se converte então ao cristianismo, depois de testemunhar milagres sendo executados por estes três santos, e é batizado, juntamente com sua filha, Balbina. 
Sofreu o martírio em 30 de março, quando foi decapitado e enterrado na catacumba de Prætextatus, na Via Ápia.

Ado, arcebispo de Vienne, na Lotaríngia, colocou o nome do santo em sua Martiriologia, sob a data 30 de março, data em que também é encontrado na Martiriologia Romana.

Para o dia 30 de abril, a Martiriologia Romana declara: “Item Romae in coemetério Praetextáti via Appia, sancti Quirini mártyris, qui tribúnus confessiónem fídei martyrio coronávit.”ou seja"Também no cemitério praetexta Appian Way, em Roma, São Quirino, mártir, martírio coroado tribuna confissão de fé."

De acordo com um documento de Colônia que data de 1485, o corpo de Quirino teria sido doado em 1050 pelo Papa Leão IX a uma abadessa de Neuss chamada Gepa (que também é chamada de "uma irmã do papa"). 

Desta maneira as relíquias chegaram até à Igreja de São Quirino (Quirinus-Münster), de estilo romanesco, em Neuss. 

Uma estátua de Quirino localiza-se no topo do edifício, que Jean-Baptiste Bernadotte tentou saquear durante as Guerras Napoleônicas.

Os habitantes da cidade oraram a ele por ajuda durante o cerco de Neuss feito por Carlos, o Audaz, ocorrido entre 1474 e 1475.

Seu culto se espalhou a Colônia, à Alsácia, Escandinávia, Alemanha ocidental, Países Baixos e Itália, onde se tornou o santo padroeiro de Correggio.

Diversas fontes e nascentes foram dedicadas a ele, e foi invocado durante epidemias de peste bubônica, varíola e gota; também é considerado um padroeiro dos animais.
 Peregrinos que visitam Neuss costumam procurar a Quirinuswasser ("água de Quirino"), da Quirinusbrunnen ("fonte de Quirino").

Um ditado popular entre os fazendeiros de Neuss relacionado ao dia de São Quirino, em 30 de março, diz "Wie der Quirin, so der Sommer" ("Assim como [o dia de São] Quirino se vai, também se vai o verão").

Juntamente com Huberto, Cornélio e Antônio, é venerado como um dos Quatro Marechais Sagrados ('Vier Marschälle Gottes) na região da Renânia.

Retratos de São Quirino e São Valentim aparecem no topo do recto das Crônicas de Nuremberg .

ORAÇÃO
Oração a S. Quirino, contra doenças das pernas, paralisia e afecções nas orelhas
Em nome do Pai + do Filho + do Espírito Santo. 
Ouvi a minha prece, Senhor, Vós que tendes tanto prazer em fazer o bem. Sede misericordioso e lançai os Vossos olhos sobre mim. 
Que as preces dos Vossos mártires e de S. Quirino intercedam em meu favor, pois sois, meu Deus todo o meu apoio e o único a quem eu posso recorrer. 
Rogo-Vos por Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim seja. 
S. Quirino, que tendes um poder particular para curar doenças nas pernas, nas orelhas e a paralisia, rogai por nós.

Rezar um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.

SUA FESTA É CELEBRADA NO DIA 30 DE MARÇO

terça-feira, 15 de outubro de 2013

São Nicolau Magno


Papa Nicolau I , também chamado de São Nicolau Magno, foi o papa  Nº 105, precedido por Bento III e sucedido por Adriano II.

Nicolau fora amigo e conselheiro de seu antecessor, Bento III e, após sua morte, após servir por 15 anos a cúria romana, seria uma escolha natural.

Assumiu o subdiaconato com a bênção do papa Sérgio II e São Leão IV elevou-o ao diaconato.

Num tempo de vermes, Deus fez surgir um gigante para salvar sua Igreja.  Sua moral era inatacável e seu entendimento político ímpar.  Seus contemporâneos o consideravam um profeta.  

Nicolau é o precursor da ideia teocrática do poder: o papa não seria apenas o sucessor do apóstolo Pedro, mas também o representante máximo na autoridade divina no mundo, cuja autoridade não poderia ser contestada por nenhum outro poder temporal. Por essa ótica, podemos considerar Nicolau I, como o primeiro monarca absolutista.

Contra tudo e contra todos, sustentou a autoridade da Igreja. Com fé e confiança no Espírito Santo, provou que a Igreja precisa muito mais de si do que do poder secular, pois foi ali que Nosso Senhor Jesus Cristo firmou com os homens, pelo Seu sangue, uma nova e eterna Aliança.

 As fontes históricas falam de sua devoção, bondade, habilidade e amor ao conhecimento, bem como de sua capacidade em se expressar de forma clara e cativante.  

Nascido em Roma, em 815, de família nobre e influente, seu pai era Defensor romano. Foi educado em Latrão e é tido pela Igreja e pela história como um personagem de conduta moralmente irretocável. 

É lembrado por ter consolidado o poder e a autoridade papal , tendo reivindicado para o papa o poder supremo para ensinar e governar, subordinando a todos. 

Com tal intuito, encontrou opositores que lhe causaram problemas, sendo a primeira delas com o arcebispo de Ravena, que quis tornar-se independente de Roma, mas que por fim se submeteu. 

Outro problema proveniente de sua tomada de posição a recusa em anular o casamento de Lotário II do Sacro Império Romano, de modo a este casar-se com a sua amante, Waldrada em 862. 

Um sínodo reunido em Metz justificara a separação, mas em 863 Nicolau cassou a decisão do sínodo por atentar contra a doutrina fundamental da indissolubilidade do matrimônio.

 Apesar de pressão por parte dos Carolíngios, a sua decisão permaneceu. Durante o seu papado, as relações com o Império Bizantino sofreram alguns revezes devido ao apoio que deu a Inácio, patriarca de Constantinopla, que tinha sido substituído por Fócio .

Inicialmente, enviou seus emissários para convencer Fócio a renunciar e reconduzir Inácio ao patriarcado. 

Fócio era um nobre leigo de alto erudição e um tanto quanto prepotente, embora muito eloquente.  Levou no bico os emissários papais que resolveram aderir a sua causa.  Ele só não convenceu o papa.  

Foi quando em 863, no Sínodo de Latrão, em Roma, após os debates e decisão unânime, mais uma vez São Nicolau enfrentou abertamente o imperador bizantino e proclamou Inácio como o legítimo Patriarca de Constantinopla. 

Declarou também aí a excomunhão dos emissários que haviam adotado a heresia de Fócio.

Mantendo-se firme em sua posição, resultou daí a única e verdadeira unificação, que seja por um breve período, da cristandade.

Encantado com os postulados cristãos, o Rei Bóris I da Bulgária mandou o príncipe Vladimir a Roma para receber maiores esclarecimentos diretamente do Papa. 

O que sucedeu foi um monumento de sabedoria, testemunho da grandiosidade de São Nicolau: ele insuflou tanta fé ao recém convertido Rei Bóris que este tornou-se monge, entrou num convento e mais tarde tornou-se São Mihail (Miguel) da Bulgária.

Até seu último suspiro Nicolau I dedicou-se a manter a pureza e a integridade moral da Igreja .Tudo isso e muito mais num papado relativamente curto, pouco mais de 9 anos, de 24 de abril de 858 a 13 de novembro de 867.

A par de São Leão Magno e de São Gregório Magno, o Papa Nicolau I, recebeu o nome de Magno; e também é venerado como santo com o nome de São Nicolau Magno. 

Para que tenhamos uma ideia de sua importância para a Igreja, desde São Nicolau, que viveu no século IX, nenhum outro Papa recebeu o título de Magno.

ORAÇÃO 
São Nicolau Magno, que pela providência divina, fostes escolhido para propagar o amor e a paz, rogue a Deus para que a harmonia e a paz permaneçam no aconchego das famílias tão ameaçadas nos dias de hoje, pela escuridão do pecado. Deus de misericórdia, que esposo e esposa, não esqueçam do juramento feito junto a Vossa Santa Presença e que pela intercessão de São Nicolau, a paz e o amor vençam o ódio e a maldade que o mundo oferece. Que seus filhos busquem em Ti a solução para seus problemas conjugais, pois Vós sois o Deus de misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém!

SUA FESTA É COMEMORADA NO DIA 13 DE NOVEMBRO

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

São Nicolau


Muito amado pelos cristãos e alvo de inúmeras lendas, São Nicolau nasceu no ano 275 em Pátara, na Ásia Menor. Era filho de pais ricos com profunda vida de oração.

Tornou-se sacerdote da diocese de Mira, onde com amor evangelizou os pagãos, mesmo no clima de perseguição que os cristãos viviam.

Segundo a tradição, na cidade de Mira, na Turquia, os bispos e sacerdotes se encontravam no templo reunidos para a eleição do novo bispo, já que o anterior tinha morrido. 

Ao fim disseram: "escolheremos ao próximo sacerdote que entre no templo". Nesse momento sem saber o que ocorria, entrou Nicolau e por aclamação de todos foi eleito bispo. 

Foi muito querido pela quantidade de milagres que concedeu aos fiéis. São Nicolau é conhecido principalmente para com os pobres, já que ao receber por herança uma grande quantia de dinheiro, livremente partilhou com os necessitados. 

Nicolau conquistou a todos com sua caridade, zelo, espírito de oração, e carisma de milagres. 

Certa vez, Nicolau sabendo que três pobres moças não tinham os dotes para o casamento e por isso o próprio pai, na loucura, aconselhou a prostituição, jogou pela janela da casa das moças três bolsas com o dinheiro suficiente para os dotes das jovens. 

Daí que nos países do Norte da Europa, usando da fantasia, viram em Nicolau o velho de barbas brancas que levava presentes às crianças no mês de dezembro.

Historiadores relatam que ao ser preso, por causa da perseguição dos cristãos, foi torturado e condenado a morte, mas felizmente se salvou em 313, pois foi publicado o edito de Milão que concedia a liberdade religiosa. 

São Nicolau, cujo nome significa "protetor e defensor dos povos" foi tão popular na antiguidade que lhe consagraram no mundo mais de dois mil templos. 

Era invocado pelos fiéis nos perigos, nos naufrágios, nos incêndios e quando a situação econômica ficava difícil, conseguindo estes favores admiráveis por parte do santo.

Por ter sido tão amigo da infância, em sua festa se repartem doces e presentes às crianças, e como em alemão se chama "São Nikolaus", começaram-no a chamar Santa Claus, sendo representado como um ancião vestido de vermelho, com uma barba muito branca, que ia de casa em casa repartindo presentes e doces às crianças. 

De São Nicolau escreveram muito belamente São João Crisóstomo e outros grandes Santos, mas sua biografia foi escrita pelo Arcebispo de Constantinopla, São Metodio.

Desde criança se caracterizou porque tudo o que conseguia o repartia entre os pobres. Um de seus tios era bispo e foi este quem o consagrou como sacerdote, mas ao ficar órfão, o santo repartiu todas suas riquezas entre os pobres e ingressou em um monastério.

São Nicolau participou do Concilio de Nicéia, onde Jesus foi declarado consubstancial ao Pai.

Na época de Licino, quem decretou uma perseguição contra os cristãos, Nicolau foi encarcerado e açoitado. Com o Constantino foram liberados ele e outros prisioneiros cristãos. 

Diz-se que o santo conseguiu impedir que os hereges arianos entrassem na cidade de Mira.

No oriente o chamam Nicolau de Mira, pela cidade onde foi bispo, mas no ocidente lhe chama Nicolau de Bari, porque quando os maometanos invadiram a Turquia, um grupo de católicos tirou dali, em segredo, as relíquias do santo e as levou a cidade de Bari, na Itália.

Nesta cidade se obtiveram tão admiráveis milagres por sua intercessão, que seu culto chegou a ser extremamente popular em toda a Europa. É Padroeiro da Rússia, da Grécia e da Turquia.

Entrou Nicolau no Céu em 324 ao morrer em Mira com fama de santidade e de instrumento de Deus para que muitos milagres chegasse ao povo.

ORAÇÃO
Senhor, pelos méritos de São Nicolau, concedei-me a graça da bondade e zelo para com os mais aflitos, necessitados e em especial para com as crianças. Que eu saiba aprofundar em mim os dons que me destes, colocando-os em prática. Livrai-me da omissão e da preguiça. Amém.

SUA FESTA É CELEBRADA NO DIA 6 DE DEZEMBRO

domingo, 13 de outubro de 2013

São Domingos Sávio


Domingos Sávio nasceu em 2 de abril de 1842, em Riva, na Itália. Era filho de pais muito pobres, um ferreiro e uma costureira, cristãos muito devotos. 

Ao fazer a primeira comunhão, com sete anos, jurou para si mesmo o que seria seu modelo de vida: "Antes morrer do que pecar". Cumpriu-o integralmente enquanto viveu.

Nos registros da Igreja, encontramos que, com dez anos, chamou para ele próprio a culpa de uma falta que não cometera, só porque o companheiro de escola que o fizera tinha maus antecedentes e poderia ser expulso do colégio. 

Já para si, Domingos sabia que o perdão dos superiores seria mais fácil de ser alcançado. Em outra ocasião, colocou-se entre dois alunos que brigavam e ameaçavam atirar pedras um no outro. "Atirem a primeira pedra em mim" disse, acabando com a briga.

Esses fatos não passaram despercebidos pelo seu professor e orientador espiritual, João Bosco, que a Igreja declarou santo, que encaminhou o rapaz para a vida religiosa. 

No dia 8 de dezembro de 1954, quando foi proclamado o dogma da Imaculada Conceição, Domingos Sávio se consagrou à Maria, começando a avançar para o caminho da santidade. 

Em 1856, fundou entre os amigos a "Companhia da Imaculada", para uma ação apostólica de grupo, onde rezavam cantando para Nossa Senhora.

Mas Domingos Sávio tinha um sentimento: não conseguiria tornar-se sacerdote. Estava tão certo disso que, quando caiu doente, despediu-se definitivamente de seus colegas, prometendo encontrá-los quando estivessem todos na eternidade, ao lado de Deus. 

Ficou de cama e, após uma das muitas visitas do médico, pediu ao pai para rezar com ele, pois não teria tempo para falar com o pároco. Terminada a oração, disse estar tendo uma linda visão e morreu. Era o dia 9 de março de 1857.

Domingos Sávio tinha dois sonhos na vida, tornar-se padre e alcançar a santidade. O primeiro não conseguiu porque a terrível doença o levou antes, mas o sonho maior foi alcançado com uma vida exemplar. Curta, pois morreu com quinze anos de idade, mas perfeita para os parâmetros da Igreja, que o canonizou em 1957.

Nessa solenidade, o papa Pio XII o definiu como "pequeno, porém um grande gigante de alma" e o declarou padroeiro dos cantores infantis. Suas relíquias são veneradas na basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, em Torino, Itália, não muito distantes do seu professor e biógrafo são João Bosco.

ORAÇÃO
Ó amável São Domingos Sávio, que em vossa breve vida de adolescente, fostes admirável exemplo de virtudes cristãs, ensinai-nos a amar a Jesus com vosso fervor, à Virgem Santa com vossa pureza, às almas com vosso zelo; fazei ainda que, imitando-Vos no propósito de tornarmo-nos santos, saibamos, como Vós, preferir a morte ao pecado, para poder-Vos encontrar na eterna felicidade do Céu. Assim seja.

SUA FESTA É CELEBRADA NO DIA 6 DE MAIO

Frei Galvão


Conhecido como “o homem da paz e da caridade”, Antônio de Sant’Anna Galvão nasceu no dia 10 de maio de 1739, na cidade de Guaratinguetá (SP).

Filho de Antônio Galvão, português natural da cidade de Faro em Portugal, e de Isabel Leite de Barros, natural da cidade de Pindamonhangaba, em São Paulo. O ambiente familiar era profundamente religioso. 

Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestígio social e influência política.

O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou Antônio, com a idade de 13 anos, à Bahia, a fim de estudar no seminário dos padres jesuítas.

Em 1760, ingressou no noviciado da Província Franciscana da Imaculada Conceição, no Convento de São Boaventura do Macacu, na Capitania do Rio de Janeiro. 

Foi ordenado sacerdote no dia 11 de julho de 1762, sendo transferido para o Convento de São Francisco em São Paulo.

Em 1774, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição.

Cheio do espírito da caridade, não media sacrifícios para aliviar os sofrimentos alheios. Por isso o povo a ele recorria em suas necessidades. 

A caridade de Frei Galvão brilhou, sobretudo, como fundador do mosteiro da Luz, pelo carinho com que formou as religiosas e pelo que deixou nos estatutos do então recolhimento da Luz. 

São páginas que tratam da espiritualidade, mas em particular da caridade de como devem ser vivida a vida religiosa e tratadas as pessoas de dentro e de fora do “recolhimento”.

Às 10 horas do dia 23 de dezembro de 1822, no Mosteiro da Luz de São Paulo, havendo recebido todos os sacramentos, adormeceu santamente no Senhor, contando com seus quase 84 anos de idade. 

Foi sepultado na Capela-Mor da Igreja do Mosteiro da Luz, e sua sepultura ainda hoje continua sendo visitada pelos fiéis.

Sobre a lápide do sepulcro de Frei Galvão está escrito para eterna memória: “Aqui jaz Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, ínclito fundador e reitor desta casa religiosa, que tendo sua alma sempre em suas mãos, placidamente faleceu no Senhor no dia 23 de dezembro do ano de 1822″. 

Sob o olhar de sua Rainha, a Virgem Imaculada, sob a luz que ilumina o tabernáculo, repousa o corpo do escravo de Maria e do Sacerdote de Cristo, a continuar, ainda depois da morte, a residir na casa de sua Senhora ao lado de seu Senhor Sacramentado.

Frei Galvão é o religioso cujo coração é de Deus, mas as mãos e os pés são dos irmãos. Toda a sua pessoa era caridade, delicadeza e bondade: testemunhou a doçura de Deus entre os homens. 

Era o homem da paz, e como encontramos no Registro dos Religiosos Brasileiros: “O seu nome é em São Paulo, mais que em qualquer outro lugar, ouvido com grande confiança e não uma só vez, de lugares remotos, muitas pessoas o vinham procurar nas suas necessidades”.

O dia 25 de outubro, dia oficial do santo, foi estabelecido, na Liturgia, pelo saudoso Papa João Paulo II, na ocasião da beatificação de Frei Galvão em 1998 em Roma. 

Com a canonização do primeiro santo que nasceu, viveu e morreu no Brasil, a 11 de maio de 2007, o Papa Bento XVI manteve a data de 25 de outubro.

MILAGRES:

MILAGRE DE POTUNDUBA
Foi por volta de 1810. Capataz de uma monção que vinha de Cuiabá, “abicada à noitinha em Potunduba, à margem do Tietê” (município de Jaú), Manoel Portes, que havia chicoteado um membro de sua flotilha, foi por este mortalmente apunhalado. Sentindo-se perdido, invocou por Frei Galvão, para se confessar, tendo as tripulações, atônitas, presenciado a chegada do frade àquele local deserto. Aproximando-se do agonizante, ouviu as suas últimas palavras, absolveu-o e desapareceu de relance, deixando estarrecidos a todos. Nesse mesmo momento, Frei Galvão, que pregava numa igreja, em São Paulo, interrompera a prática, para pedir à assistência que com ele orasse pela salvação da alma de um cristão que, longe dali, estava agonizando.
Uma capela memoriza esse episódio, sendo um centro de devoção a Frei Galvão.

O FRANGO DO DIABO
Residia em Itu um escravo liberto que, ficando doente, fez promessa de levar a Frei Galvão “uma vara de frangos” caso sarasse, o que de fato aconteceu. Por essa razão, amarrando as aves em uma vara, pôs-se a caminho. Aconteceu que ao meio da jornada três frangos lhe escaparam.
Recolheu facilmente dois. O terceiro, um “carijó”, fugiu velozmente, irritando o velho, que gritou impaciente: - volta aqui, frango do diabo! Nesse momento, entrando em uma moita de espinhos, o frango se deixou apanhar. Após a caminhada, o liberto foi alegremente entregar seu presente ao Frade, que aceitou todas as aves, menos a “carijó”: - Porquê este frango, já o deste ao diabo! - disse-lhe ele.

A MULHER GRÁVIDA
Em uma fazenda, distante léguas de São Paulo, uma mulher, gravemente enferma em melindroso parto, clamava por Frei Galvão. Seu marido acorreu ao Mosteiro da Luz, à procura do Frade, que se achava, no entanto, de viagem ao Rio de Janeiro. Retornando à fazenda, ele se surpreendeu ao encontrar a esposa livre de todo perigo, estando muito grata a Frei Galvão que, durante a noite, a tinha ouvido em confissão, abençoando a seguir a água de um copo, que ela bebeu, o que foi o bastante para que se normalizasse seu estado. O homem partiu então para o Rio de Janeiro para agradecer ao Frade. Lá, foi informado pelo Guardião do Convento que "Frei Galvão não arredou pé daqui".
Interrogado a respeito, Frei Galvão respondeu: "Como se deu, não sei; mas a verdade é que naquela noite lá estive".

OS FIÉIS E A CHUVA
Aconteceu em Guaratinguetá. Frei Galvão apenas iniciava seu sermão quando se formou grande tempestade. Quando viram que a tormenta desabava, muitos fiéis pensaram em se retirar. Lendo seus pensamentos, Frei Galvão lhes disse que ficassem, pois que nada sofreriam. De fato, o temporal que assolou a cidade não caiu sobre o Largo da Matriz, onde todos “puderam acabar de ouvir a prática que, como sempre, produziu grandes frutos para as almas”.

O LENÇO
Os familiares de um senhor, que adoecera gravemente em Taubaté, lembraram-no de que deveria se confessar, preparando-se “para fazer a viagem à outra vida”. Informados por ele de que já se havia confessado com Frei Galvão, riram-se todos, pois o santo frade não se encontrava naquela ocasião em Taubaté.
Como o caso urgisse, dada a gravidade da doença, insistiram em sua confissão. O doente tirou, então, de sob o travesseiro um lenço, que pertencia a Frei Galvão, e que o frade havia esquecido sobre sua cama durante a confissão. Ninguém duvidou mais da presença do Frade, “pois o seu dom de bilocação já era notório em toda a Capitania de São Paulo”.
Por gratidão a Frei Galvão, podem ser encontrados inúmeros “Galvão de promessa”. Trata-se de pessoas que, em seu batismo e em seu registro de nascimento, recebem dos pais esse sobrenome, como pagamento de promessa por graças alcançadas.

ORAÇÃO
Ó Deus, que inspirastes ao Beato Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, extraordinária caridade com os enfermos, os aflitos e os escravos de sua época no Brasil, dai-me o vosso espírito de amor para que eu saiba suportar com paciência meus sofrimentos. Intercedei junto a Jesus Cristo, que tanto amastes, e neste momento de dor, (fazer o pedido) não me falte a força e a coragem de suportar a doença; fortalecei meu ânimo onde, passando pelo sofrimento, purifique-me dos meus pecados e também possa ajudar meus irmãos mais necessitados. Amém.

SUA FESTA É CELEBRADA NO DIA 25 DE OUTUBRO