domingo, 13 de outubro de 2013

Frei Galvão


Conhecido como “o homem da paz e da caridade”, Antônio de Sant’Anna Galvão nasceu no dia 10 de maio de 1739, na cidade de Guaratinguetá (SP).

Filho de Antônio Galvão, português natural da cidade de Faro em Portugal, e de Isabel Leite de Barros, natural da cidade de Pindamonhangaba, em São Paulo. O ambiente familiar era profundamente religioso. 

Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestígio social e influência política.

O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou Antônio, com a idade de 13 anos, à Bahia, a fim de estudar no seminário dos padres jesuítas.

Em 1760, ingressou no noviciado da Província Franciscana da Imaculada Conceição, no Convento de São Boaventura do Macacu, na Capitania do Rio de Janeiro. 

Foi ordenado sacerdote no dia 11 de julho de 1762, sendo transferido para o Convento de São Francisco em São Paulo.

Em 1774, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição.

Cheio do espírito da caridade, não media sacrifícios para aliviar os sofrimentos alheios. Por isso o povo a ele recorria em suas necessidades. 

A caridade de Frei Galvão brilhou, sobretudo, como fundador do mosteiro da Luz, pelo carinho com que formou as religiosas e pelo que deixou nos estatutos do então recolhimento da Luz. 

São páginas que tratam da espiritualidade, mas em particular da caridade de como devem ser vivida a vida religiosa e tratadas as pessoas de dentro e de fora do “recolhimento”.

Às 10 horas do dia 23 de dezembro de 1822, no Mosteiro da Luz de São Paulo, havendo recebido todos os sacramentos, adormeceu santamente no Senhor, contando com seus quase 84 anos de idade. 

Foi sepultado na Capela-Mor da Igreja do Mosteiro da Luz, e sua sepultura ainda hoje continua sendo visitada pelos fiéis.

Sobre a lápide do sepulcro de Frei Galvão está escrito para eterna memória: “Aqui jaz Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, ínclito fundador e reitor desta casa religiosa, que tendo sua alma sempre em suas mãos, placidamente faleceu no Senhor no dia 23 de dezembro do ano de 1822″. 

Sob o olhar de sua Rainha, a Virgem Imaculada, sob a luz que ilumina o tabernáculo, repousa o corpo do escravo de Maria e do Sacerdote de Cristo, a continuar, ainda depois da morte, a residir na casa de sua Senhora ao lado de seu Senhor Sacramentado.

Frei Galvão é o religioso cujo coração é de Deus, mas as mãos e os pés são dos irmãos. Toda a sua pessoa era caridade, delicadeza e bondade: testemunhou a doçura de Deus entre os homens. 

Era o homem da paz, e como encontramos no Registro dos Religiosos Brasileiros: “O seu nome é em São Paulo, mais que em qualquer outro lugar, ouvido com grande confiança e não uma só vez, de lugares remotos, muitas pessoas o vinham procurar nas suas necessidades”.

O dia 25 de outubro, dia oficial do santo, foi estabelecido, na Liturgia, pelo saudoso Papa João Paulo II, na ocasião da beatificação de Frei Galvão em 1998 em Roma. 

Com a canonização do primeiro santo que nasceu, viveu e morreu no Brasil, a 11 de maio de 2007, o Papa Bento XVI manteve a data de 25 de outubro.

MILAGRES:

MILAGRE DE POTUNDUBA
Foi por volta de 1810. Capataz de uma monção que vinha de Cuiabá, “abicada à noitinha em Potunduba, à margem do Tietê” (município de Jaú), Manoel Portes, que havia chicoteado um membro de sua flotilha, foi por este mortalmente apunhalado. Sentindo-se perdido, invocou por Frei Galvão, para se confessar, tendo as tripulações, atônitas, presenciado a chegada do frade àquele local deserto. Aproximando-se do agonizante, ouviu as suas últimas palavras, absolveu-o e desapareceu de relance, deixando estarrecidos a todos. Nesse mesmo momento, Frei Galvão, que pregava numa igreja, em São Paulo, interrompera a prática, para pedir à assistência que com ele orasse pela salvação da alma de um cristão que, longe dali, estava agonizando.
Uma capela memoriza esse episódio, sendo um centro de devoção a Frei Galvão.

O FRANGO DO DIABO
Residia em Itu um escravo liberto que, ficando doente, fez promessa de levar a Frei Galvão “uma vara de frangos” caso sarasse, o que de fato aconteceu. Por essa razão, amarrando as aves em uma vara, pôs-se a caminho. Aconteceu que ao meio da jornada três frangos lhe escaparam.
Recolheu facilmente dois. O terceiro, um “carijó”, fugiu velozmente, irritando o velho, que gritou impaciente: - volta aqui, frango do diabo! Nesse momento, entrando em uma moita de espinhos, o frango se deixou apanhar. Após a caminhada, o liberto foi alegremente entregar seu presente ao Frade, que aceitou todas as aves, menos a “carijó”: - Porquê este frango, já o deste ao diabo! - disse-lhe ele.

A MULHER GRÁVIDA
Em uma fazenda, distante léguas de São Paulo, uma mulher, gravemente enferma em melindroso parto, clamava por Frei Galvão. Seu marido acorreu ao Mosteiro da Luz, à procura do Frade, que se achava, no entanto, de viagem ao Rio de Janeiro. Retornando à fazenda, ele se surpreendeu ao encontrar a esposa livre de todo perigo, estando muito grata a Frei Galvão que, durante a noite, a tinha ouvido em confissão, abençoando a seguir a água de um copo, que ela bebeu, o que foi o bastante para que se normalizasse seu estado. O homem partiu então para o Rio de Janeiro para agradecer ao Frade. Lá, foi informado pelo Guardião do Convento que "Frei Galvão não arredou pé daqui".
Interrogado a respeito, Frei Galvão respondeu: "Como se deu, não sei; mas a verdade é que naquela noite lá estive".

OS FIÉIS E A CHUVA
Aconteceu em Guaratinguetá. Frei Galvão apenas iniciava seu sermão quando se formou grande tempestade. Quando viram que a tormenta desabava, muitos fiéis pensaram em se retirar. Lendo seus pensamentos, Frei Galvão lhes disse que ficassem, pois que nada sofreriam. De fato, o temporal que assolou a cidade não caiu sobre o Largo da Matriz, onde todos “puderam acabar de ouvir a prática que, como sempre, produziu grandes frutos para as almas”.

O LENÇO
Os familiares de um senhor, que adoecera gravemente em Taubaté, lembraram-no de que deveria se confessar, preparando-se “para fazer a viagem à outra vida”. Informados por ele de que já se havia confessado com Frei Galvão, riram-se todos, pois o santo frade não se encontrava naquela ocasião em Taubaté.
Como o caso urgisse, dada a gravidade da doença, insistiram em sua confissão. O doente tirou, então, de sob o travesseiro um lenço, que pertencia a Frei Galvão, e que o frade havia esquecido sobre sua cama durante a confissão. Ninguém duvidou mais da presença do Frade, “pois o seu dom de bilocação já era notório em toda a Capitania de São Paulo”.
Por gratidão a Frei Galvão, podem ser encontrados inúmeros “Galvão de promessa”. Trata-se de pessoas que, em seu batismo e em seu registro de nascimento, recebem dos pais esse sobrenome, como pagamento de promessa por graças alcançadas.

ORAÇÃO
Ó Deus, que inspirastes ao Beato Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, extraordinária caridade com os enfermos, os aflitos e os escravos de sua época no Brasil, dai-me o vosso espírito de amor para que eu saiba suportar com paciência meus sofrimentos. Intercedei junto a Jesus Cristo, que tanto amastes, e neste momento de dor, (fazer o pedido) não me falte a força e a coragem de suportar a doença; fortalecei meu ânimo onde, passando pelo sofrimento, purifique-me dos meus pecados e também possa ajudar meus irmãos mais necessitados. Amém.

SUA FESTA É CELEBRADA NO DIA 25 DE OUTUBRO

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